sábado, 14 de maio de 2011

Povo da Fúria - Cap 4 - Sequencia 4

                Em uma vasta, terrível e escaldante área deserta um homem de vestes desprezíveis não parecia dar atenção para a agonia que o local onde se encontrava impregnava ao próprio ar que se respirava.
                Os olhos do homem iam além de qualquer coisa, sua mente estava presa em sonhos maravilhosos muito aquém do que realmente lhe acontecia. A sua frente uma bela mulher se movia com passos perfeitos em uma dança sedutora. A mulher de olhos e cabelos negros e corpo escultural dançava ritmicamente ao som das explosões dos gaysers de Baator.
                Andando de um lado para o outro em movimentos graciosos de zigue e zague a mulher se aproximava sedutoramente de sua presa. O homem, uma pessoa que outrora possuía um lucrativo negócio no paraíso mercantil de Sembia, não lembrava mais nem mesmo seu nome. Pequenas lembranças no entanto faziam com que se lembrasse e apreciasse as inúmeras pessoas que prejudicou para ganhar o poder.
                Pessoas que agora em sua mente o fizeram perceber o quanto valeram a pena seu sofrimento, pois a presença da bela mulher era mais do que uma recompensa para alguém que não viveu uma vida digna.
                Após ler os pensamentos do homem, que em seu estado catatônico nem ao menos percebia que suas pernas estavam sendo derretidas devido a proximidade de um gayser escaldante, a mulher aproximou-se com um sorriso malicioso. Faziam dias em que ela se deliciava torturando o Sembiano, fazendo-o acreditar em maravilhas apenas para o final de cada dia submete-lo a dura verdade em que se encontrava.
                Subitamente os olhos da mulher brilharam com malícia e de suas costas brotam enormes asas coriáceas em forma de morcego. Amulher sorriu maliciosamente diante do pavor que brotava dos olhos do homem que não tinha como resistir aos encantos destrutivos da eryniee, uma diaba mortal usada pelos planos inferiores para recrutar almas desgarradas no plano material primário.
                Com um sorriso sarcástico revelando todo o prazer contido no ato malévolo, a diaba deslumbrante sugou mais uma grande quantidade da energia vital do humano. Cansando-se do jogo ela finalmente deu fim ao homem e levantando suas asas ela se preparava para partir em busca de outra vítima, quando ela ouviu um chamado.
                No inicio ele era fraco, quase imperceptível. Mas mesmo assim ele possuía enorme poder.
                “Chameladran”
                A voz soava. Com o verdadeiro nome da eryniee sendo pronunciado e chamado ela não tinha outra escolha senão obedecer. Ela odiava isso. Quando o “alimento” – como a eryniee chamava os habitantes do mundo primário – ousava tentar governa-la, ela simplesmente entrava em desespero. Quem ousava chama-la? Algum mortal que ela teria que eliminar logo. Mas a eryniee sabia também que sua tarefa não seria fácil. Apenas um tipo de mortal a convocava para o plano material primário: uma mulher.
                Os poderes sedutores das eryniees e de suas nemesis as sucumbus não exerciam poder sobre as fêmeas humanas do plano primário. Ouvindo seu nome mais uma vez e não tendo como escapar ao chamado a diaba se dirigiu até onde um portal se abria para leva-la ao outro mundo.
                Quando chegou a beira do portal no entanto seus pensamentos de ódio foram anulados. E num engasgar revoltante, um espirro pasmo de sangue negro jorrou de sua boca.
                Uma espada flamejante com uma ponta de gancho enorme atravessara seu abdomem incenerando-a, e por trás da diaba uma outra criatura ainda mais sedutora e diabólica se encontrava. Uma mulher tão maravilhosa que se sua beleza fosse medida pelas estrelas, não haveria no mundo inteiro estrelas para satisfazer a comparação. Infelizmente seu olhar revelava também que se precisaria da mesma proeza para medir sua maldade.
                - Você não faz idéia do que está do outro lado.
                A voz gutural e cheia de autoridade da nova criatura ainda mais bela e mais diabólica que anterior fez com que a própria natureza de seu mundo se moldasse de acordo com sua vontade.
                E com um passo preciso uma das criaturas mais poderosas dos Nove Infernos cruzou o portal, pronta para "obedecer" a qualquer mortal tolo o suficiente a convoca-la e auxilia-lo a conseguir o que este queria, mas não sem que o devido tempo passasse de acordo com a vontade da perversa criatura, pois no plano material primário se encontrava algo que a diaba desejava com todo fervor.
                E assim Fyerna, a governante do quarto inferno surgiu no plano material primário.

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